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Carlos Ribeiro, Senior Engineer da Bee Engineering, assinou o artigo que podes ler de em seguida. Publicado originalmente na Exame Informática!
Os Sistemas Operativos (S.O.) tambémconhecidos por Firmware são parte integrante de qualquer equipamento digital. Asua importância é de fazer a gestão dos recursos do hardwaredisponibilizando-os para as aplicações. O Firmware difere dos S.O.essencialmente por não ter uma interface para o utilizador (no caso de ter, émuito rudimentar) permitindo utilizar o dispositivo digital com todas as suasfuncionalidades.
Todos os equipamentos digitais têm deter um S.O./Firmware para fazer uso das suas capacidades... ou talvez não! Nemsempre foi assim, nos primórdios da computação não havia S.O. apenas havia umaROM (Read Only Memory) que acedia ao hardware fazendo a ponte para o software.Isto é, a própria aplicação fazia a gestão dos recursos disponíveis docomputador, obrigando o programador a conhecer em detalhe esses recursos e aforma de os programar. A dada altura surgiu o S.O. que trata dessa partetécnica fazendo a ligação entre o hardware e software, disponibilizando umacesso simplificado aos recursos, libertando os programadores para um maiorfoco na aplicação e menos na máquina. Hoje em dia estes profissionais nãoprecisam conhecer o equipamento para o qual desenvolvem as suas aplicações,apenas precisam de saber os recursos disponíveis e como usá-los.
São cada vez mais os S.O. existentestornando-se difícil de conhecer ao certo a quantidade dessa variedade. Como porexemplo, as muitas distribuições de Linux, Unix, Windows, MacOS, S.O.proprietários das empresas, ou deliberadamente desenvolvidos para um fimespecífico. De um ponto de vista genérico, eles são incompatíveis entre si outêm algum nível de incompatibilidade. Esta volatilidade gera vários problemascomo a fiabilidade das aplicações, segurança, manutenção e suporte por técnicosespecializados.
O mercado de desenvolvimento deaplicações tem muitas vezes de desenvolver o mesmo programa para os diferentesS.O. Veja-se os videojogos em que o software desenvolvido para XBox nãofunciona diretamente na Playstation. O software tem de ser migrado para outraplataforma, adicionando um esforço e custos adicionais, que tem como intençãode chegar a um maior número de plataformas diferentes.
A interoperabilidade também é umresultado da diversidade de S.O. É frequente uma organização ter vários(Windows e Linux) cada um com as suas aplicações e recursos que precisam serpartilhados. Por exemplo, uma aplicação em funcionamento pode precisar derecursos que estão disponíveis em outra plataforma com um S.O. diferente. Paraesta situação é necessário desenvolver softwares intermediários que permitamessa comunicação. Outro cenário é a transferência de dados entre S.O.incompatíveis obrigando que estes sejam tratados para poderem integrar em umoutro sistema diferente.
O surgimento da Internet, fez emergiros browsers que facilitam a sua utilização. Com a adição dos demais serviçosvia web, esta passou a ser dominante, ao ponto de se fazer tudo através destesprogramas de acesso à rede global. Se uma determinada aplicação corre dentro dobrowser, significa que o mesmo programa se desenvolve nas diferentesplataformas que tenha o respetivo explorador instalado. Aos poucos, o browsercomeça a substituir as funcionalidades de um S.O. gerindo os recursos dohardware ao mesmo tempo que oferece uma interface que o utilizador já estáhabituado. Isto significa que ele próprio, pode ser um sistema que funciona emqualquer plataforma, sem configurações nem instalações complicadas.
No dia-a-dia de trabalho, grande partedo que se faz no computador é precisamente dentro de um browser e se apenas otiver instalado, consegue-se realizar todo o trabalho necessário, fazendo usode ferramentas como Office365, Zoom, Teams, Visual Studio ou qualquer outraaplicação desenvolvida para a Web. Note-se que no teletrabalho tudo acontece nobrowser passando este a ser uma plataforma fundamental.
Os S.O. estão a convergir,uniformizando as funcionalidades oferecidas aos utilizadores. Veja-se o caso do"split screen" - divisão do ecrã ao meio permitindo correr duasaplicações lado-a-lado, que está presente em Android, Windows, iOS, iPadOS. Estaconvergência poderá levar a uma solução única de sistemas operativos: S.O.universal. Por outro lado, pode não haver um futuro para os S.O., pelo facto deser preciso diminuir a volatilidade e em conjunto com a intenção do utilizadorfinal que tem um desinteresse total pelo mesmo. focando-se mais nas aplicaçõesque necessita usar, estando estas disponíveis na Cloud e acessíveis por umexplorador da Internet. Desta forma o browser passa a ser o S.O. de qualquerequipamento digital.
No futuro a longo prazo, haverá umúnico S.O. universal ou simplesmente deixará de haver sistemas operativos queserão substituídos por um browser da internet?